Historicamente, a mulher sempre sofreu mais pressões para não envelhecer ou se manter bonita e atraente. É o que chamamos da relação com a autoimagem e cultura da eterna beleza. Para algumas mulheres, isso vira uma obsessão a ponto de desenvolverem depressão a medida que os sinais da idade vão chegando ou o corpo não tem os padrões vigentes.
No Brasil, temos exemplos muito evidentes disso. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, somos o país com o maior número de procedimentos estéticos do mundo. Em 2019, foram 1,5 milhões de procedimentos cirúrgicos no país. O equivalente a 13,1% do total mundial.
E elas acontecem cada vez mais cedo. Somente nos últimos dez anos, houve um aumento de 141% no número de procedimentos entre jovens de 13 a 18 anos, segundo a SBCP.
Isso fez com que o mercado da estética crescesse 567% de 2014 a 2019. Em 5 anos, o número de profissionais da área aumentou de 72 mil para 480 mil no país.
E nem o Covid parou o mercado. Segundo estudo feito pela agência Corebiz, de São Paulo, o faturamento do comércio eletrônico de cosméticos, a nível nacional, cresceu 68% entre 1 de março e 14 de junho de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Mas para além dos números, o questionamento é: Isso trouxe satisfação e felicidade para as mulheres? De acordo com a dermatologista varginhense, Mariella Elisei, a consulta se tornou um momento de escuta das dores e queixas das mulheres já que os “problemas” estéticos quase sempre chegam carregados de muita pressão por uma imagem que não é a delas.
“Muitas mulheres chegam ao consultório com o print da foto da influencer ou do filtro do Instagram e querem ficar iguais. A questão é que precisamos entender todas as particularidades de cada uma. É necessária uma avaliação crítica e individual para que os resultados reais tragam mais que estética, tragam satisfação com a autoimagem”, destaca a médica.

“Mulheres que compreendem mulheres. No meu exercício da dermatologia, foco nisso. Com empatia e humanidade, os efeitos da busca pela beleza e uma boa autoimagem ultrapassam a imagem externa”, finaliza a doutora Mariella.
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