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A hanseníase tem cura!
A hanseníase, popularmente conhecida como lepra, é uma doença tão antiga quanto a humanidade. No antigo testamento, por exemplo, é possível conferir relatos dessa enfermidade que, durante milênios, foi cercada de tabus e preconceitos. Porém, com a evolução da medicina, podemos dizer que a hanseníase tem cura. Mas ainda é importante falar sobre a doença, pois muitas pessoas consideram que ela está extinta. Infelizmente, não é bem assim.
Para se ter uma ideia, entre os anos de 2016 e 2020, o Brasil registrou 155.359 novos casos de hanseníase, de acordo com o Ministério da Saúde. É um número bem alto e, por isso, não se deve pensar que é uma doença extinta.
A hanseníase é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, descoberta em 1873 pelo cientista norueguês Gerhard Hansen, daí a origem do nome. Para conscientizar a população sobre a doença, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o último domingo do mês de janeiro como o Dia Mundial do Hanseniano que, este ano, será celebrado dia 29.
Como dermatologista, considero fundamental falar sobre o assunto e fazer a minha parte no combate à doença. Por isso, neste post irei abordar a transmissão, principais sintomas e tratamentos. Vamos conferir?
Transmissão
A hanseníase não é altamente infecciosa, mas é transmitida por meio de tosse ou espirro. Outra forma de transmissão se dá pelo convívio prolongado com a pessoa que possui a bactéria. No entanto, é importante salientar que, assim que a pessoa começa o tratamento, ela deixa de transmitir a doença.
Sintomas
O bacilo da lepra se reproduz muito lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais e sintomas da doença é de aproximadamente cinco anos. Em alguns casos, os sintomas podem aparecer nove meses após a contaminação e, em outros casos, podem demorar até 20 anos.
Os sintomas iniciais são manchas ou nódulos claros ou escuros na pele, o que resulta em lesões na pele e perda de sensibilidade na área afetada. Outros sintomas são fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. A doença afeta principalmente a pele, os nervos, a mucosa do trato respiratório superior e os olhos.
Quando os casos não são tratados no início, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira.
Diagnóstico
A hanseníase atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz, e pode causar deformidades físicas, possíveis de ser evitadas com o diagnóstico realizado no início da doença e com o tratamento imediato. Por outro lado, as pessoas em tratamento podem levar uma vida normal no trabalho, na família e na sociedade.
Tratamento
Procurar um médico aos primeiros sinais da doença é fundamental para a indicação do melhor tratamento para cada caso. Somente o especialista poderá orientar o paciente em relação aos procedimentos adequados e ao uso de medicamentos.
Pessoas afetadas pela hanseníase são frequentemente discriminadas e estigmatizadas. Esta situação repercute negativamente no acesso ao diagnóstico e no resultado do tratamento. Por isso é tão importante combater a discriminação, o estigma e o preconceito para que a hanseníase seja extinta.
Se você desconfia que pode estar com hanseníase ou mesmo uma pessoa próxima de você, não hesite em procurar ajuda médica. Com este post, espero ter contribuído para tirar suas dúvidas. Também estou à disposição caso queira conversar mais sobre o assunto. Para marcar uma consulta, clique aqui!
